quinta-feira, janeiro 27, 2005
Carta para O Público
Como não deverá ser publicado de qualquer maneira...
Exmo Sr. Director,
Junto mando uma carta para vossa apreciação e que julgo merecer ser publicada nas vossas páginas. Naturalmente, apesar da origem deste e-mail as opiniões são minhas e não da publicação para a qual trabalho.
Cumprimentos,
Filipe d'Avillez
Na edição de dia 25 de Janeiro do vosso jornal, publica-se um artigo de opinião de Francisco Louça entitulado "Bem Vindas As Críticas" e no qual ele afirma que procurará esclarecer a tal frase lamentável que dirigiu ao seu opositor Paulo Portas sobre o aborto.
Li e reli o artigo, mas para além da repetição dos chavões do costume e das acusações de fanatismo disparadas a tudo e todos quantos não concordam com a posição do BE, não vi qualquer explicação sobre a frase propriamente dita. Pouco me interessa se o Dr. Francisco Louçã estaria a fazer alusões infantís ao modo de vida de Paulo Portas, o que me interessa saber é se, de facto o dirigente do BE pensa que quem nunca gerou vida não pode ter opinião sobre este assunto.
Mais tarde num notíciário, confrontado com a questão de se saber se voltaria a dizer as coisas da mesma maneira, FL disse que não, para evitar interpretações ambíguas...
No meio disto tudo, continuamos sem saber: quem nunca teve um filho pode, ou não pode ter opinião sobre a questão do aborto? Não se percebe de que forma uma afirmação como a sua pode ser vista de forma ambígua, pareceu-nos perfeitamente clara, especialmente tendo em conta que em todas as explicações que deu nunca o vimos a retirá-la ou a contextualizá-la.
Compreende-se que FL de facto pense assim. Por um lado dá-lhe jeito pois dessa forma consegue retirar do debate uma parte significativa dos opositores do aborto que mais dão a cara na luta (o clero por exemplo) e os inúmeros jovens que, sem nunca terem gerado vida deram o seu tempo, esforço e trabalho para acolher e defender as vidas de outros através das dezenas de instituições que existem (sem qualquer apoio do BE) para verdadeiramente ajudar as mulheres em dificuldades.
Mas é também uma posição incómoda, pois Francisco Louçã sabe muito bem que essa sua posição elimina do debate sobre o aborto a quase totalidade do seu eleitorado. Daí o seu incómodo, daí a sua ambiguidade em explicar aquilo que disse.
Exmo Sr. Director,
Junto mando uma carta para vossa apreciação e que julgo merecer ser publicada nas vossas páginas. Naturalmente, apesar da origem deste e-mail as opiniões são minhas e não da publicação para a qual trabalho.
Cumprimentos,
Filipe d'Avillez
Na edição de dia 25 de Janeiro do vosso jornal, publica-se um artigo de opinião de Francisco Louça entitulado "Bem Vindas As Críticas" e no qual ele afirma que procurará esclarecer a tal frase lamentável que dirigiu ao seu opositor Paulo Portas sobre o aborto.
Li e reli o artigo, mas para além da repetição dos chavões do costume e das acusações de fanatismo disparadas a tudo e todos quantos não concordam com a posição do BE, não vi qualquer explicação sobre a frase propriamente dita. Pouco me interessa se o Dr. Francisco Louçã estaria a fazer alusões infantís ao modo de vida de Paulo Portas, o que me interessa saber é se, de facto o dirigente do BE pensa que quem nunca gerou vida não pode ter opinião sobre este assunto.
Mais tarde num notíciário, confrontado com a questão de se saber se voltaria a dizer as coisas da mesma maneira, FL disse que não, para evitar interpretações ambíguas...
No meio disto tudo, continuamos sem saber: quem nunca teve um filho pode, ou não pode ter opinião sobre a questão do aborto? Não se percebe de que forma uma afirmação como a sua pode ser vista de forma ambígua, pareceu-nos perfeitamente clara, especialmente tendo em conta que em todas as explicações que deu nunca o vimos a retirá-la ou a contextualizá-la.
Compreende-se que FL de facto pense assim. Por um lado dá-lhe jeito pois dessa forma consegue retirar do debate uma parte significativa dos opositores do aborto que mais dão a cara na luta (o clero por exemplo) e os inúmeros jovens que, sem nunca terem gerado vida deram o seu tempo, esforço e trabalho para acolher e defender as vidas de outros através das dezenas de instituições que existem (sem qualquer apoio do BE) para verdadeiramente ajudar as mulheres em dificuldades.
Mas é também uma posição incómoda, pois Francisco Louçã sabe muito bem que essa sua posição elimina do debate sobre o aborto a quase totalidade do seu eleitorado. Daí o seu incómodo, daí a sua ambiguidade em explicar aquilo que disse.
domingo, janeiro 23, 2005
Santana, uma lufada de ar fresco
Sem ofensa...mas...descobriu-se Cristovão Colombo era socialista :-)
Um grupo de académicos portugueses e espanhóis concluiu que Cristóvão Colombo era socialista:
Partiu sem saber para onde ia,
Chegou sem saber onde estava,
Regressou sem saber de onde vinha.
Tudo isto à custa do dinheiro dos outros.
Um grupo de académicos portugueses e espanhóis concluiu que Cristóvão Colombo era socialista:
Partiu sem saber para onde ia,
Chegou sem saber onde estava,
Regressou sem saber de onde vinha.
Tudo isto à custa do dinheiro dos outros.
sexta-feira, janeiro 21, 2005
Do Pico
SMS do Pico que achei por bem partilhar com a "Malta Fixe"
Quarenta Milhões de dólares para a tomada de posse do George Bush. Depois são os reis que é só festas e gastos e tal... prontos
Quarenta Milhões de dólares para a tomada de posse do George Bush. Depois são os reis que é só festas e gastos e tal... prontos
quinta-feira, janeiro 20, 2005
O Desejado
Meus caros,
Permitem-me que vos recorde que hoje, dia de S. Sebastião, faz 451 anos que nasceu D. Sebastião O Desejado.
Quando nasceu o seu pai já havia morrido. Ele era a única esperança para que houvesse um herdeiro da coroa. Isto tudo antes das ecografias...
O seu nascimento foi saudado com grande alegria, o povo esperava ansiosamente o seu príncipe e tocaram os sinos das igrejas com a alegria da notícia do aparecimento do desejado varão.
E nós quando poderemos tocar os sinos de alegria?
Meus caros,
Permitem-me que vos recorde que hoje, dia de S. Sebastião, faz 451 anos que nasceu D. Sebastião O Desejado.
Quando nasceu o seu pai já havia morrido. Ele era a única esperança para que houvesse um herdeiro da coroa. Isto tudo antes das ecografias...
O seu nascimento foi saudado com grande alegria, o povo esperava ansiosamente o seu príncipe e tocaram os sinos das igrejas com a alegria da notícia do aparecimento do desejado varão.
E nós quando poderemos tocar os sinos de alegria?
quarta-feira, janeiro 19, 2005
Invenções
Venho-vos apresentar as minhas invenções. Para que, quando outra pessoa se puser ao trabalho e de facto as criar, eu ao menos possa dizer que fui o primeiro a ter a ideia.
1 - Carregador Cerebral de Telemóveis Rasta
O nosso cérebro funciona com base em impulsos electrónicos. Tal como vemos no Matrix, o corpo humano pode ser comparado com uma bateria.
No entanto, nós que somos baterias ambulantes passamos a vida a ligar os nossos aparelhos electrónicos a circuitos eléctricos nas paredes tendo para isso que pagar por um bem que naturalmente já produzimos, e ainda correndo grandes riscos! (O Dread que o diga, depois da última vez que tentou arranjar uma tomada na parede usando para o efeito... uma faca.)
É mais ou menos a mesma coisa que termos que comprar suor, ou saliva. Não faz qualquer sentido.
Ora então porque não um carregador de telemóveis directamente ligado ao nosso cérebro? Reitrando energia do nosso sistema nervoso central para carregar o telelé! Nunca retira tanto que seja perigoso para nós e assim temos um carregador sempre à mão... ou à cabeça.
E perguntam vocês, mas quem é que quer andar com um fio pendurado da nuca para o resto da vida? Mas quem falou em fios? Num fio toda a gente reparava, mas numa trança já não!! É isso mesmo. Disfarça-se o fio no meio de uma trança de cabelo artificial, assim nunca cai, não dá nas vistas e quando precisarmos de carregar o telemóvel ligamo-lo à trança e está a andar!
Eu pensei primeiro!
2) Doseador de cereais
Digam lá se é ou não é extremamente irritante quando estamos a comer cereais, chegar a meio e já os cereais estão todos ensopados e moles? É ou não é uma granda seca?!
Ora, solução perfeita. Um doseador de cereais. Antes de começar a comer escolhemos a dose que queremos e colocamos no doseador. Regulamos a velocidade a que queremos que vá despejando os cereais dentro da tigela com leite e metemos a trabalhar. À medida que estamos a comer os cereais vão entrando, sempre frescos e crocantes!
Eu pensei primeiro!
3) O Esquisitoide das festas
Há sempre um esquisito nas festas, já repararam? Há sempre um gajo que ninguém sabe bem quem é, foi convidado por cortesia, não era suposto vir mas apareceu à mesma. Ninguém tem conversa para ele e senta-se num canto a apanhar uma granda seca. O pior é que dá muito mau ambiente e os donos da festa têm que se preocupar imenso em ir entretê-lo, acabando com a noite estragada por arrasto.
É sempre possível voltar de uma festa e pensar. Estava lá um gajo muito estranho. Mas nunca se volta de uma festa a falar de dois gajos estranhos, ou "aquele gajo que era um bocadinho menos estranho que o outro."
Ora a solução também é simples. Monta-se uma agência que fornece pessoas estranhas para as festas! Como nunca se vêem dois freaks na mesma festa, fica o problema resolvido, contrata-se um e assim já se sabe que, estatísticamente, não vai aparecer mais nenhum.
E ainda por cima, os donos da festa escusam de se preocupar porque saberão que ele é um profissional.
SE, por acaso aparecer outro freak genuino, então o freak de aluguer passa a ter uma segunda função, que é, obviamente, conversar com ele, entretê-lo, se for mesmo preciso, chateá-lo ao ponto de ele se ir definitivamente embora. Seja como for o estorvo deixa de existir.
Já há muito que se inventaram agências de pessoas giras e interessantes para entreter e animar festas, mas esta, meus amigos...
EU PENSEI PRIMEIRO!
Venho-vos apresentar as minhas invenções. Para que, quando outra pessoa se puser ao trabalho e de facto as criar, eu ao menos possa dizer que fui o primeiro a ter a ideia.
1 - Carregador Cerebral de Telemóveis Rasta
O nosso cérebro funciona com base em impulsos electrónicos. Tal como vemos no Matrix, o corpo humano pode ser comparado com uma bateria.
No entanto, nós que somos baterias ambulantes passamos a vida a ligar os nossos aparelhos electrónicos a circuitos eléctricos nas paredes tendo para isso que pagar por um bem que naturalmente já produzimos, e ainda correndo grandes riscos! (O Dread que o diga, depois da última vez que tentou arranjar uma tomada na parede usando para o efeito... uma faca.)
É mais ou menos a mesma coisa que termos que comprar suor, ou saliva. Não faz qualquer sentido.
Ora então porque não um carregador de telemóveis directamente ligado ao nosso cérebro? Reitrando energia do nosso sistema nervoso central para carregar o telelé! Nunca retira tanto que seja perigoso para nós e assim temos um carregador sempre à mão... ou à cabeça.
E perguntam vocês, mas quem é que quer andar com um fio pendurado da nuca para o resto da vida? Mas quem falou em fios? Num fio toda a gente reparava, mas numa trança já não!! É isso mesmo. Disfarça-se o fio no meio de uma trança de cabelo artificial, assim nunca cai, não dá nas vistas e quando precisarmos de carregar o telemóvel ligamo-lo à trança e está a andar!
Eu pensei primeiro!
2) Doseador de cereais
Digam lá se é ou não é extremamente irritante quando estamos a comer cereais, chegar a meio e já os cereais estão todos ensopados e moles? É ou não é uma granda seca?!
Ora, solução perfeita. Um doseador de cereais. Antes de começar a comer escolhemos a dose que queremos e colocamos no doseador. Regulamos a velocidade a que queremos que vá despejando os cereais dentro da tigela com leite e metemos a trabalhar. À medida que estamos a comer os cereais vão entrando, sempre frescos e crocantes!
Eu pensei primeiro!
3) O Esquisitoide das festas
Há sempre um esquisito nas festas, já repararam? Há sempre um gajo que ninguém sabe bem quem é, foi convidado por cortesia, não era suposto vir mas apareceu à mesma. Ninguém tem conversa para ele e senta-se num canto a apanhar uma granda seca. O pior é que dá muito mau ambiente e os donos da festa têm que se preocupar imenso em ir entretê-lo, acabando com a noite estragada por arrasto.
É sempre possível voltar de uma festa e pensar. Estava lá um gajo muito estranho. Mas nunca se volta de uma festa a falar de dois gajos estranhos, ou "aquele gajo que era um bocadinho menos estranho que o outro."
Ora a solução também é simples. Monta-se uma agência que fornece pessoas estranhas para as festas! Como nunca se vêem dois freaks na mesma festa, fica o problema resolvido, contrata-se um e assim já se sabe que, estatísticamente, não vai aparecer mais nenhum.
E ainda por cima, os donos da festa escusam de se preocupar porque saberão que ele é um profissional.
SE, por acaso aparecer outro freak genuino, então o freak de aluguer passa a ter uma segunda função, que é, obviamente, conversar com ele, entretê-lo, se for mesmo preciso, chateá-lo ao ponto de ele se ir definitivamente embora. Seja como for o estorvo deixa de existir.
Já há muito que se inventaram agências de pessoas giras e interessantes para entreter e animar festas, mas esta, meus amigos...
EU PENSEI PRIMEIRO!
sábado, janeiro 15, 2005
Homo ou metro? Sexual, entenda-se!
"Fado tropical
As eleições de 20 de fevereiro em Portugal trazem um quadro para lá de curioso. O candidato do PSD (centro-direita) é Pedro Santana Lopes, atual primeiro-ministro boêmio declarado, três casamentos desfeitos, 5 filhos, jovem, extrovertido e elegante, é um orador brilhante, apoiado pela classe artística e odiada pelo banqueiros. Seu imposto de renda é surpreendente: só dívidas e nenhum bem imóvel ou carro para declarar. Já o líder do Partido Socialista e José Sócrates, também jovem e separado, já faz mais o tipo introspectivo e desconfiado. Rico, mora num dos bons edifícios de Lisboa, tem uma Mercedes último tipo e mantém uma amizade intima prá lá de estável e coloridissima com o jovem e belo ator Diogo Infante, um ídolo da TV local."
In www.gibaum.com.br em 05/01/05
Venha o diabo (povo) e escolha!
Não perca numa mesa de voto perto de si!
"Fado tropical
As eleições de 20 de fevereiro em Portugal trazem um quadro para lá de curioso. O candidato do PSD (centro-direita) é Pedro Santana Lopes, atual primeiro-ministro boêmio declarado, três casamentos desfeitos, 5 filhos, jovem, extrovertido e elegante, é um orador brilhante, apoiado pela classe artística e odiada pelo banqueiros. Seu imposto de renda é surpreendente: só dívidas e nenhum bem imóvel ou carro para declarar. Já o líder do Partido Socialista e José Sócrates, também jovem e separado, já faz mais o tipo introspectivo e desconfiado. Rico, mora num dos bons edifícios de Lisboa, tem uma Mercedes último tipo e mantém uma amizade intima prá lá de estável e coloridissima com o jovem e belo ator Diogo Infante, um ídolo da TV local."
In www.gibaum.com.br em 05/01/05
Venha o diabo (povo) e escolha!
Não perca numa mesa de voto perto de si!
quinta-feira, janeiro 13, 2005
Minutos de Silêncio
Devia haver um minuto de silêncio por todos os textos que ficaram por escrever e por isso foram esquecidos, por todas as páginas que ficaram em branco e por isso nunca viveram, por todas as frases que foram apagadas.
Cada vez que seleccionamos um pedaço de texto e premimos o “delete” estamos a condenar um pedaço de imaginação ao esquecimento. Pode ser um pedaço mau, pode até estar a dar lugar a outro mais forte. Afinal de contas inventámos as letras, inventámos a escrita, somos Deuses deste pequeno mundo e podemos praticar abortos e eugenias alfabéticas à vontade.
Mas é triste à mesma. As frases más poderão não ter direito a viver, mas fomos nós que as criámos más. Não têm culpa. E eu, que até sou contra o aborto acho que cada delete, mesmo que necessário é uma tristeza e não devia ser vista com orgulho mas sim com solenidade. E por isso exijo um minuto de silêncio por cada uma das vitimas.
Somos Deuses deste pequeno mundo mas somos Deuses imperfeitos, porque não somos Deuses mas sim homens. E por isso temos necessidade de apagar e corrigir o que criamos. Não devia ser assim. Se fossemos perfeitos não seria assim. Moisés teve que esperar enquanto Deus revia e corrigia a sintaxe dos dez mandamentos? Não me parece.
Um minuto de silêncio pela nossa imperfeição.
E finalmente, porque nem este texto de homenagem às letras caídas pôde ser escrita sem recurso ao maldito botão da morte. Um minuto de silêncio por todos os que caíram simplesmente porque me apeteceu escrever isto. Um minutos de silêncio é um sexagésimo de uma medida. Os restantes 59 são de júbilo pelos sobreviventes, pelas ideias que escrevi agora e que por isso jamais serão esquecidas.
Devia haver um minuto de silêncio por todos os textos que ficaram por escrever e por isso foram esquecidos, por todas as páginas que ficaram em branco e por isso nunca viveram, por todas as frases que foram apagadas.
Cada vez que seleccionamos um pedaço de texto e premimos o “delete” estamos a condenar um pedaço de imaginação ao esquecimento. Pode ser um pedaço mau, pode até estar a dar lugar a outro mais forte. Afinal de contas inventámos as letras, inventámos a escrita, somos Deuses deste pequeno mundo e podemos praticar abortos e eugenias alfabéticas à vontade.
Mas é triste à mesma. As frases más poderão não ter direito a viver, mas fomos nós que as criámos más. Não têm culpa. E eu, que até sou contra o aborto acho que cada delete, mesmo que necessário é uma tristeza e não devia ser vista com orgulho mas sim com solenidade. E por isso exijo um minuto de silêncio por cada uma das vitimas.
Somos Deuses deste pequeno mundo mas somos Deuses imperfeitos, porque não somos Deuses mas sim homens. E por isso temos necessidade de apagar e corrigir o que criamos. Não devia ser assim. Se fossemos perfeitos não seria assim. Moisés teve que esperar enquanto Deus revia e corrigia a sintaxe dos dez mandamentos? Não me parece.
Um minuto de silêncio pela nossa imperfeição.
E finalmente, porque nem este texto de homenagem às letras caídas pôde ser escrita sem recurso ao maldito botão da morte. Um minuto de silêncio por todos os que caíram simplesmente porque me apeteceu escrever isto. Um minutos de silêncio é um sexagésimo de uma medida. Os restantes 59 são de júbilo pelos sobreviventes, pelas ideias que escrevi agora e que por isso jamais serão esquecidas.
quarta-feira, janeiro 12, 2005
Foi preciso chegar ao primeiro ano da faculdade para ouvir a expressão "desmistificar o mundo". Foi numa aula de Introdução às Ciências Sociais na faculdade de Economia da Universidade de Coimbra no curso de Relações Internacionais. Logo na altura a expressão causou-me repulsa. Não tem deixado de o fazer desde então.
Anotei a frase no meu livro de apontamentos, de capa preta, como todos os meus livros de apontamentos. «Desmistificar o mundo» escrevi, e ao lado «mas alguém lhes pediu para desmisitificar o mundo?»
A aula era sobre os grandes sociólogos, como Weber e os seus compinchas. Ora parece que estes senhores olharam para o mundo, viram-no cheio de coisas arcaicas, como superstições, religião, mitos, lendas, e paixão e decidiram que tudo aquilo representava uma sociedade infantil, porque, afinal de contas eram ideias que não se baseavam na ciência, no conhecimento.
Então, quais pais dos povos por esclarecer, tomaram a iniciativa de mostrar às pessoas que tudo aquilo não passava de patetices. Os homens são todos umas criancinhas patetas, é preciso mostrar-lhes a razão e a luz.
Repito: Mas alguem lhes pediu alguma coisa?
A mera arrogância de se julgaram encarregados de esclarecer os povos enfurece-me. A estupidez de pensar que o mundo precisava de ser desmistificado entristece-me.
Ignoram estes senhores que as coisas têm alma, as pessoas têm alma. Esta não pode ser medida pela ciência, por isso deve-se, segundo eles, partir do pressuposto que não existe.
Tirando o misterioso e o belo da sociedade, roubam a própria alimentação dessa alma. A alma passa fome, adoece, morre.
Os homens da nossa sociedade têm a alma doente! É o que se diz vezes e vezes sem conta. Pudera! Desmistificaram o mundo!
Mas este problema insere-se noutro. Bastante mais grave. Sobre o qual escreverei mais tarde. Agora tenho que voltar ao trabalho, escrever sobre livros. Um dos poucos locais onde ainda é permitido haver algum mistério.
Anotei a frase no meu livro de apontamentos, de capa preta, como todos os meus livros de apontamentos. «Desmistificar o mundo» escrevi, e ao lado «mas alguém lhes pediu para desmisitificar o mundo?»
A aula era sobre os grandes sociólogos, como Weber e os seus compinchas. Ora parece que estes senhores olharam para o mundo, viram-no cheio de coisas arcaicas, como superstições, religião, mitos, lendas, e paixão e decidiram que tudo aquilo representava uma sociedade infantil, porque, afinal de contas eram ideias que não se baseavam na ciência, no conhecimento.
Então, quais pais dos povos por esclarecer, tomaram a iniciativa de mostrar às pessoas que tudo aquilo não passava de patetices. Os homens são todos umas criancinhas patetas, é preciso mostrar-lhes a razão e a luz.
Repito: Mas alguem lhes pediu alguma coisa?
A mera arrogância de se julgaram encarregados de esclarecer os povos enfurece-me. A estupidez de pensar que o mundo precisava de ser desmistificado entristece-me.
Ignoram estes senhores que as coisas têm alma, as pessoas têm alma. Esta não pode ser medida pela ciência, por isso deve-se, segundo eles, partir do pressuposto que não existe.
Tirando o misterioso e o belo da sociedade, roubam a própria alimentação dessa alma. A alma passa fome, adoece, morre.
Os homens da nossa sociedade têm a alma doente! É o que se diz vezes e vezes sem conta. Pudera! Desmistificaram o mundo!
Mas este problema insere-se noutro. Bastante mais grave. Sobre o qual escreverei mais tarde. Agora tenho que voltar ao trabalho, escrever sobre livros. Um dos poucos locais onde ainda é permitido haver algum mistério.
terça-feira, janeiro 11, 2005
Vivam os EUA!
Já que o meu último post foi do agrado de todos os membros deste antro de maldizer, então venho aqui deixar a segunda dose!
Não interpretem com isto que eu sou algum desses prevertidos sexuais, sempre em busca de mais uma pic para alimentar a imaginação... Nada disso! O que eu faço é um exaustivo controle de qualidade para poder partilhar nesta comunidade apenas o melhor material. Não vos quero maçar com peles enrugadas e carnes flácidas, por isso deixo aqui um dos melhores exemplares daquilo que uma jointventure entre a natureza e cirurgia podem fazer!
Apresento-vos a miss teen USA:
http://www.techzonept.com/showthread.php?t=50679
Mr.Mike
Já que o meu último post foi do agrado de todos os membros deste antro de maldizer, então venho aqui deixar a segunda dose!
Não interpretem com isto que eu sou algum desses prevertidos sexuais, sempre em busca de mais uma pic para alimentar a imaginação... Nada disso! O que eu faço é um exaustivo controle de qualidade para poder partilhar nesta comunidade apenas o melhor material. Não vos quero maçar com peles enrugadas e carnes flácidas, por isso deixo aqui um dos melhores exemplares daquilo que uma jointventure entre a natureza e cirurgia podem fazer!
Apresento-vos a miss teen USA:
http://www.techzonept.com/showthread.php?t=50679
Mr.Mike
quarta-feira, janeiro 05, 2005
Caros amigos,
Aproximam-se tempos dificeis... A época de exames começa uma semana mais cedo do que estava a pensar! Vem aí a altura em que pomos em causa a nossa existência (se fosse só nesta...), em que voltamos a duvidar do sentido da vida, em que acordamos sobressaltados a meio da noite a chamar pela nossa querida mãezinha, atormentados pelos demónios que não nos deixam dormir. Pior ainda, já começo a sentir aquela vontade incontrolável de arranjar algo de útil para fazer para acalmar a consciência quando não me apetecer estudar! Vocês sabem bem o que é isto... Tipo: tenho que ir estudar, mas está ali aquela loiça que é preciso lavar, ou aquelas folhas que nunca cheguei a organizar, ou mesmo aqueles mails a que nunca cheguei a responder. Ou ainda, numa fase já mais avançada da senilidade e já em desespero: tenho que cortar as unhas!
Acho que vem aí uma fase muito activa deste blog (bem precisa, aliás!)!
Aproximam-se tempos dificeis... A época de exames começa uma semana mais cedo do que estava a pensar! Vem aí a altura em que pomos em causa a nossa existência (se fosse só nesta...), em que voltamos a duvidar do sentido da vida, em que acordamos sobressaltados a meio da noite a chamar pela nossa querida mãezinha, atormentados pelos demónios que não nos deixam dormir. Pior ainda, já começo a sentir aquela vontade incontrolável de arranjar algo de útil para fazer para acalmar a consciência quando não me apetecer estudar! Vocês sabem bem o que é isto... Tipo: tenho que ir estudar, mas está ali aquela loiça que é preciso lavar, ou aquelas folhas que nunca cheguei a organizar, ou mesmo aqueles mails a que nunca cheguei a responder. Ou ainda, numa fase já mais avançada da senilidade e já em desespero: tenho que cortar as unhas!
Acho que vem aí uma fase muito activa deste blog (bem precisa, aliás!)!
terça-feira, janeiro 04, 2005
Ora aqui vai um poste para o meter que nem um poste!
Temos que animar a malta neste ano de 2005!
Com os cumprimentos do Mr.Mike! ;-)
Temos que animar a malta neste ano de 2005!
Com os cumprimentos do Mr.Mike! ;-)
domingo, janeiro 02, 2005
DESVIRTUANDO (di)LEMAS
Decidi prolongar as minhas férias pois tenho andado serenamente feliz e assim quero continuar por mais uns tempos... Mas, como todos os ditados ou frases-chave, este pensamento apenas corresponde à verdade em determinados momentos da vida alternando com fases de maior excitação, menor serenidade ou outras de busca da felicidade por caminhos mais sinuosos. A verdade, meus caros, está apenas em afastar a agonia da angústia e, no meu caso, também impedir a revelação da ansiedade. Em relação a este "centro comunitário de convívio" não consegui mais controlar a ansiedade de cá voltar. Teria preferido que os meus dois colegas aqui já tivessem dedicado algum do seu tempo e da sua veia artística, para depois de comentar os seus textos, publicar novamente os meus diletantes pensamentos. Foi-me impossível...
Milhares de famílias desafiaram o meu autocontrolo ao insistirem insistentemente para que cá voltasse. Correspondi!Aos que confundiram a minha prosa com a de um qualquer homónimo meu (pelos vistos, poeta) devo alertar de que estão enganados. Se esse tal poeta for vivo, certamente estará orgulhoso com a comparação...
Mas em frente.
O Mundo está a mudar, o Mundo está tremendamente diferente de há três semanas atrás! E todos os anos o Mundo muda a uma velocidade arrebatadoramente maior! O meu Mundo também tem mudado, mais lentamente, claro está!
A última grande tragédia da Humanidade, arrepiou em mim sensações tão fortes como as que se me despertaram no memorável 11/9. A contabilidade de vidas humanas perdidas, mais uma vez, não é mais do que a tradução do maior terror pelas nossas almas experimentado! Tagédias vertiginosamente diferentes colidem na pequenez da nossa capacidade mental! E o que é isto? Pra onde vamos? Que "menos" podemos fazer?
Pois limito-me a descrever o que eu vivi no dia 26/12/2004 para "fugir" a estas questões tão simplesmente banais e ao mesmo tempo indecifráveis.
Nesse dia parti de "Jipe", mais dois amigos com um único destino: uma serra qualquer... Logo de manhã, primeira paragem: Gerês. O Minho no seu esplendôr!!! Luvas, gorros e camisolas, em lã, puro artesanto local. Turistas de ocasião falam da neve "Lá pra cima há muita". Continuamos subindo... O Verde da Natureza terrestre e o Branco da Benção dos Céus!Atrapalhadamente tiro as primeiras fotos: Estupidamente acaba a bateria da máquina! frustração. No alto passamos a fronteira, estranha, deserta, cheia de histórias pra contar e sem ninguém que as conte. Assolam-me as primeiras questões sobre a nova sociedade. O Outro lado, admiravelmente mais agreste, feio, despido. Almoço. Regresso á Pátria. Castro Laboreiro- Melgaço. Manto Branco em todo o campo de visão! Espessura: Bem acima do tornozelo! O Aventureiro do condutor leva-nos ás aldeias mais remotas. Novamente questiono coisas tão banais do quotidiano, onde é q esta gente faz compras? O próprio rosto dos locais é diferente. Pastores isolados, carregados de agasalhos, orientam os rebanhos. Quanto mais difícil é o caminho, melhor. Resultado, jipe preso na neve. A minha força em estado bruto, arrasta as rodas de trás. Um com 34 anos, outro com 29, eu com 23. Três putos brincando na neve, guerreando entre si até o frio se tornar insuportável, voz trémula... Mais há frente, o mesmo, e o mesmo, sempre branco. Altamente. Espaçadamente pequenos e belos nevões. Chouriço, presunto, café quente. Descemos a serra: Melgaço, Monção,Felicidade, Arcos de Valdevez,Primeiros relatos da tragédia, Vila Verde, Amares, Porto d'Ave. Home...
Pego a minha afilhada no colo, olho a tv e vejo um homem magro, miserável, arrastando-se num misto de lama e água com um bébé morto no colo. Talvez a mesma idade da minha afilhada: Um ano e três meses. Desligo a televisão, a família protesta e volta a ligar. Beijo a minha afilhada na testa, pouso-a no chão. Saio de casa.
Tudo seria belo se tudo não fosse tão triste.
Que este blog, não cumpra o seu lema!
Que não se alheie do mundo, pois no mundo tudo se pode passar!
Decidi prolongar as minhas férias pois tenho andado serenamente feliz e assim quero continuar por mais uns tempos... Mas, como todos os ditados ou frases-chave, este pensamento apenas corresponde à verdade em determinados momentos da vida alternando com fases de maior excitação, menor serenidade ou outras de busca da felicidade por caminhos mais sinuosos. A verdade, meus caros, está apenas em afastar a agonia da angústia e, no meu caso, também impedir a revelação da ansiedade. Em relação a este "centro comunitário de convívio" não consegui mais controlar a ansiedade de cá voltar. Teria preferido que os meus dois colegas aqui já tivessem dedicado algum do seu tempo e da sua veia artística, para depois de comentar os seus textos, publicar novamente os meus diletantes pensamentos. Foi-me impossível...
Milhares de famílias desafiaram o meu autocontrolo ao insistirem insistentemente para que cá voltasse. Correspondi!Aos que confundiram a minha prosa com a de um qualquer homónimo meu (pelos vistos, poeta) devo alertar de que estão enganados. Se esse tal poeta for vivo, certamente estará orgulhoso com a comparação...
Mas em frente.
O Mundo está a mudar, o Mundo está tremendamente diferente de há três semanas atrás! E todos os anos o Mundo muda a uma velocidade arrebatadoramente maior! O meu Mundo também tem mudado, mais lentamente, claro está!
A última grande tragédia da Humanidade, arrepiou em mim sensações tão fortes como as que se me despertaram no memorável 11/9. A contabilidade de vidas humanas perdidas, mais uma vez, não é mais do que a tradução do maior terror pelas nossas almas experimentado! Tagédias vertiginosamente diferentes colidem na pequenez da nossa capacidade mental! E o que é isto? Pra onde vamos? Que "menos" podemos fazer?
Pois limito-me a descrever o que eu vivi no dia 26/12/2004 para "fugir" a estas questões tão simplesmente banais e ao mesmo tempo indecifráveis.
Nesse dia parti de "Jipe", mais dois amigos com um único destino: uma serra qualquer... Logo de manhã, primeira paragem: Gerês. O Minho no seu esplendôr!!! Luvas, gorros e camisolas, em lã, puro artesanto local. Turistas de ocasião falam da neve "Lá pra cima há muita". Continuamos subindo... O Verde da Natureza terrestre e o Branco da Benção dos Céus!Atrapalhadamente tiro as primeiras fotos: Estupidamente acaba a bateria da máquina! frustração. No alto passamos a fronteira, estranha, deserta, cheia de histórias pra contar e sem ninguém que as conte. Assolam-me as primeiras questões sobre a nova sociedade. O Outro lado, admiravelmente mais agreste, feio, despido. Almoço. Regresso á Pátria. Castro Laboreiro- Melgaço. Manto Branco em todo o campo de visão! Espessura: Bem acima do tornozelo! O Aventureiro do condutor leva-nos ás aldeias mais remotas. Novamente questiono coisas tão banais do quotidiano, onde é q esta gente faz compras? O próprio rosto dos locais é diferente. Pastores isolados, carregados de agasalhos, orientam os rebanhos. Quanto mais difícil é o caminho, melhor. Resultado, jipe preso na neve. A minha força em estado bruto, arrasta as rodas de trás. Um com 34 anos, outro com 29, eu com 23. Três putos brincando na neve, guerreando entre si até o frio se tornar insuportável, voz trémula... Mais há frente, o mesmo, e o mesmo, sempre branco. Altamente. Espaçadamente pequenos e belos nevões. Chouriço, presunto, café quente. Descemos a serra: Melgaço, Monção,Felicidade, Arcos de Valdevez,Primeiros relatos da tragédia, Vila Verde, Amares, Porto d'Ave. Home...
Pego a minha afilhada no colo, olho a tv e vejo um homem magro, miserável, arrastando-se num misto de lama e água com um bébé morto no colo. Talvez a mesma idade da minha afilhada: Um ano e três meses. Desligo a televisão, a família protesta e volta a ligar. Beijo a minha afilhada na testa, pouso-a no chão. Saio de casa.
Tudo seria belo se tudo não fosse tão triste.
Que este blog, não cumpra o seu lema!
Que não se alheie do mundo, pois no mundo tudo se pode passar!